terça-feira, 30 de agosto de 2011

Palavra nossa


Uma palavra que só existe no Português. Aliás, um grande mérito da língua portuguesa emprestar a um único vocábulo a capacidade de sintetizar um sentimento que tem tantas faces. Uma dor plangente, uma emoção, uma lacuna, um excesso, uma agonia, um consolo, uma esperança. Cantada e decantada pela MPB, a saudade...

“Saudade, palavra triste, quando se perde um grande amor”

“Se a gente lembra só por lembrar, do amor que a gente um dia perdeu
Saudade inté que assim é bom pro cabra se convencer que é feliz sem saber, pois não sofreu”

“Quando a saudade invade o coração da gente
E pega a veia onde corria um grande amor
Não tem conversa, nem cachaça que dê jeito
Nem um amigo do peito que segure o chororô”

“Saudade, torrente de paixão / Emoção diferente / Que aniquila a vida da gente / Uma dor que não sei de onde vem”

“A saudade é o pior tormento / É pior do que o esquecimento / É pior do que se entrevar
A saudade é o revés de um parto / A saudade é arrumar o quarto do filho que já morreu”.

“Tô com saudade de tu, meu desejo, tô com saudade do beijo e do mel”

“Quando a saudade vem, não tem explicação!”

"Veja bem além destes fatos vis.
Saiba, traições são bem mais sutis.
Se eu te troquei não foi por maldade.
Amor, veja bem, arranjei alguém
chamado "Saudade' ”

“Chega de saudade, a realidade é que sem ela não há paz, não há beleza, é só tristeza”

“Das lembranças que eu trago na vida
Você é a saudade que eu gosto de ter
Só assim sinto você bem perto de mim
Outra vez”

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Figuras de linguagem



Elipse:
Na segunda, o mau humor (omissão de "reina")
Anacoluto:
 A segunda, não sei por que alguém teve a triste ideia de inventá-la.
Pleonasmo:
Segunda é um dia chato.

Ironia:
A segunda-feira é um dia excelente para começar a semana.

Eufemismo:
Na segunda-feira, meu estado de espírito se distancia a passos largos do bom humor.

Metáfora:
A segunda-feira é uma nuvem densa em qualquer semana ensolarada.
Onomatopéia:
Hoje é segunda: tsc-tsc, argh, grrrrrrr.....

domingo, 28 de agosto de 2011

A última ceia, por Beto Hora

Música sem fronteiras

Dois dedos de poesia

“Por muito tempo, achei que a ausência fosse falta e lastimava, ignorante, a falta. Hoje, não a lastimo. Não há falta na ausência. A ausência é um estar em mim. E sinto-a tão aconchegada em meus braços, que rio, danço e invento exclamações alegres. Porque a ausência, essa ausência assimilada, ninguém a tira mais de mim”.

Carlos Drummond de Andrade


"Sempre me restará amar. Escrever é alguma coisa extremamente forte, mas que pode me trair e me abandonar: posso um dia sentir que já escrevi o que é meu lote neste mundo e que eu devo aprender também a parar. Em escrever eu não tenho nenhuma garantia. Ao passo que amar eu posso até a hora de morrer. Amar não acaba. É como se o mundo estivesse à minha espera. E eu vou de encontro ao que me espera.”

Clarice Lispector

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Ah, se eu pudesse...

A Idade Média foi um período de atrocidades terríveis e se pudéssemos reescrever essa história, certamente pouparíamos muitas vidas. Mas confesso: lançaria à fogueira o inventor da segunda-feira. Eis uma exceção justa.

sábado, 20 de agosto de 2011

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

MPB Irada


Nem só de boas intenções e sentimentos nobres vive a MPB. E, convenhamos: quente ou fria, a vingança é uma iguaria deliciosa em certos momentos da vida. Hum, deu uma fome!...

Bendita ira de Lupicínio Rodrigues

“Eu gostei tanto
Tanto quando me contaram
Que lhe contaram
Bebendo e chorando
Na mesa de um bar
(...)
Você há de rolar como as pedras
Que rolam na estrada
Sem ter nunca um cantinho de seu
Pra poder descansar”

A vingança climática de Fernanda Porto e DJ Patife (codinome perfeito!)

“Mas quando eu comecei a gostar de você
Você me abandonou
Agora chora que é bom, chora que eu quero ver
Vai começar a chover
Só eu tenho um guarda chuva
Adivinha quem vai se molhar?
Quem vai se molhar é você
Também pode chorar, que eu não volto atrás
Pois no meu guarda-chuva não te levo mais”

Até nisso, ele é genial....Chico Buarque

“Quando você me quiser rever
Já vai me encontrar refeita, pode crer.
Olhos nos olhos,
Quero ver o que você faz
Ao sentir que sem você eu passo bem demais
(...)
Quando talvez precisar de mim,
Cê sabe que a casa é sempre sua, venha sim.
Olhos nos olhos,
Quero ver o que você diz.

Quero ver como suporta me ver tão feliz"

O mundo é nossa casa *

A WWF sempre usa como conceito em suas campanhas a ligação entre humanos e animais para conscientizar o público sobre a importância de preservar a natureza


O comercial mais recente é muito bem feito e consegue mostrar apenas com imagens como as pessoas são mais parecidas com quem vive no mato do que eles podem imaginar. O texto no final reforça o conceito: “estamos todos conectados”.

* Copiado descaradamente do http://blogcitario.blog.br/

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Está rolando na web - parte 6

Periguete é como o Facebook. Primeiro você adiciona, depois curte, cutuca e aí compartilha com os amigos.

Amor é que nem gasolina: custa caro, acaba rápido e pode ser substituído por álcool.

Ela, de novo

Toda semana é a mesma coisa: a gente lembra do pior defeito de fábrica na obra do Criador, a segunda-feira.

domingo, 14 de agosto de 2011

Que maldade desse deus



Que mistérios guarda o olhar de alguém diante de quem você se sente revestido de uma película inviolável de bem-estar?

Que segredos há na voz desse alguém perante a qual seu ouvido é sempre absoluto?

Que magia há no toque de uma pessoa que sua pele reconhece sem precisar abrir os poros?

Que poder tem a paixão de transformar seu corpo inteiro num sonar programado para identificar na vastidão de um oceano de afetos aquela frequência única, precisa, inconfundível?

Que maldade desse deus que não ensina a desvendar mistérios, revelar segredos, desfazer magias, nem destruir sonares.

Diálogos - Bice e Bia



Para conseguir instigar os nossos primeiros diálogos dignos de nota, a etapa inicial foi escolher bons motes. Dada a complexidade da missão, quase nos rendíamos ao fato de que um bom primeiro mote seria, exatamente este: a difícil arte de selecionar o primeiro mote.

Bice - E ai, cadê o mote? Eu fiz a tarefa hercúlea de ir buscar a cerveja e você não conseguiu nem pensar no primeiro mote?
Bia - Eu escrevi....aqui: “primeiro mote”...De verdade eu pensei, mas achei ruim.
Bice - Qual foi?
Bia - Decepção...
Bice - A gente vai começar assim, é?

(...)

Confira a íntegra em Diálogos - Bice e Bia

MPBela 3


“E o tempo se rói / Com inveja de mim / Me vigia querendo aprender / Como eu morro de amor / Prá tentar reviver / No fundo é uma eterna criança / Que não soube amadurecer / Eu posso, ele não vai poder / Me esquecer” - Aldir Blanc e Cristovão Bastos, inesquecíveis na voz de Nana Caymmi

“Enfim, de tudo o que há na terra / Não há nada em lugar nenhum /Que vá crescer sem você chegar” – Djavan, definindo bem uma certa sensação

“Quando você me acendeu / Fiquei toda arrepiada / Vi claridade no breu / Minha alma iluminada / Senti uma febre danada / Perdi minha hora marcada / Abri minha porta fechada / E o meu corpo tremeu / Eu estava apaixonada, meu Deus” - Roberto Mendes e Jorge Portugal

“Vieste na hora exata / Com ares de festa e luas de prata /Vieste com encantos, vieste / Com beijos silvestres colhidos prá mim /Vieste com a natureza / Com as mãos camponesas plantadas em mim /Vieste com a cara e a coragem / Com malas, viagens, prá dentro de mim / Meu amor” – Ivan Lins e Vitor Martins num daqueles momentos Chico Buarque

“As casas tão verde e rosa / Que vão passando ao nos ver passar / Os dois lados da janela / E aquela num tom de azul / Quase inexistente, azul que não há / Azul que é pura memória de algum lugar” – Caetano, magistral em Trem das Cores

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Questão de bom senso


Convenhamos: se depois de um naufrágio e mais de duas décadas de solidão numa ilha, Robinson Crusoé se deparasse, em vez de com um sujeito chamado Sexta-Feira, com alguém chamado Segunda-Feira, ninguém estranharia se Crusoé cometesse suicídio, não é mesmo?

Ócio perigoso


Nunca deu muito certo essa história de interromper um trabalho que está indo bem para descansar. Veja o caso de Deus: deu aquela paradinha no domingo e acabou falhando no controle de qualidade. Resultado: manteve a segunda-feira, a maior não-conformidade do programa de qualidade divino.

domingo, 7 de agosto de 2011

Estante em instantes

Este blog nasceu de um diálogo não tão eloquente nem envolvendo pessoas tão célebres, mas igualmente marcado pelo entusiasmo. Um diálogo, melhor seria dizer uma esgrima verbal razoavelmente pacífica entre Bia e Bice, onde verdades universais são questionadas e devaneios apresentados sem nenhum pudor.

Enquanto não organizamos em texto as ideias que verbalizamos, trazemos aqui diálogos de outrem que já ganharam formato impresso e enriqueceram a literatura mundial.

Com ambição, vamos trazer também os melhores livros que já lemos, enquanto o nosso está a caminho do prelo, precisando antes superar a difícil etapa de Agradecimentos, muito bem escrita por sinal.


***

Borges e Sabato – Diálogos Orlando Barone (Organizador)
Há diálogos tão interessantes que nos condenam à indiscrição ostensiva de ouvi-los e alguém que tem a generosidade de nos garantir a discrição e ter acesso ao que foi dito merece toda nossa gratidão e apreço. É o caso de Orlando Barone, que dedicou seu precioso tempo a relatar os diálogos entre Ernesto Sabato e Jorge Luis Borges.
As palavras que ninguém diz - Carlos Drummond de Andrade
Com olhos voltados para o mar, horizonte ao longe, lembrei de uma obra que traduz à perfeição esse domingo de sol e vento frio, e todos os requisitos climáticos e imagéticos para se ter um dia leve. As palavras que ninguém diz é um livro singular porque Drummond – e ninguém mais - consegue traduzir  em pequenas crônicas, tão simples e suavemente, a graça que se esconde no cotidiano das coisas. Entre outros méritos indiscutíveis, o poeta flagra em cenas e situações prosaicas a comicidade da vida.
Leia a íntegra de Estante em instantes.

sábado, 6 de agosto de 2011

Está rolando na web - Parte 5


Eu quero um homem que...
1. Seja lindo,
2. Encantador,
3. Financeiramente estável,
4. Um bom ouvinte,
5. Divertido,
6. Em boa forma física,
7. Se vista bem,
8. Aprecie as coisas mais finas,
9. Faça muitas surpresas agradáveis,
10. Seja um amante criativo e romântico.


Lista revisada aos 32 Anos
Eu quero um homem que....
1. Seja bonitinho,
2. Abra a porta do carro
3 Tenha dinheiro suficiente para jantar fora com certa frequência
4.. Ouça mais do que fale,
5. Ria das minhas piadas,
6. Carregue as sacolas do mercado com facilidade,
7. Tenha no mínimo uma gravata,
8. Lembre de aniversários e datas especiais,
9. Procure romance pelo menos uma vez por semana.

...aos 42 Anos
Eu quero um homem que....
1. Não seja muito feio,
2. Espere eu me sentar no carro antes de começar a acelerar,
3. Tenha um emprego fixo
4. Balance a cabeça enquanto eu falo,
5. Esteja em forma ao menos para mudar a mobília de lugar,
6. Use camisetas que cubram sua barriga,
7. Não compre cidra achando que é champagne,
8. Se lembre de abaixar a tampa da privada

...aos 52 Anos
Eu quero um homem que...
1. Corte os pelos do nariz e das orelhas,
2. Não coce o saco
3. Não solte pum dia e noite
4. Não balance a cabeça até dormir enquanto eu estou reclamando,
5. Não conte a mesma piada o tempo todo
....aos 62 Anos
Eu quero um homem que...
1. Não assuste as crianças pequenas,
2.. Ronque baixo sem babar quando dorme,
3. Esteja em forma suficiente para ficar de pé sozinho,
4. Não suje a cueca com o número 2
...

aos 72 Anos
Eu quero um homem que...
1.. Respire,
2. Lembre onde deixou seus dentes
...aos 88 Anos

Hein?...

Alguém cantando


Confira o Playlist da semana.

Sexta-feira herege


O trânsito impedia
A pontualidade, quem diria?
Prevaleceu à companhia

Talvez o sorriso estivesse ausente
Talvez o sol se escondesse 
E o dia se perdesse.

Leia a íntegra em Ideias do Deserto.

MPBela 2



“Amor, meu grande amor, só dure o tempo que mereça” – Ângela Ro Ro e Ana Terra

“Como, se na desordem do armário embutido / Meu paletó enlaça o teu vestido / E o meu sapato inda pisa no teu / (...) Te dei meus olhos pra tomares conta / Agora conta como hei de partir” –Chico Buarque, quem mais poderia?

“Depois de ter você, pra que saber que horas são?” – Adriana Calcanhoto, numa feliz síntese do desejo de quem ama querer estancar o tempo

“Quem sabe o super-homem venha nos restituir a glória / Mudando como um Deus o curso da história / Por causa da mulher” – Gilberto Gil, dizer o quê?

“Por que está amanhecendo? Peço o contrário ver o sol se pôr” – Nando Reis, torcendo pelo super-homem de Gil

“Do muito que li, do pouco que eu sei, nada me resta / A não ser, a vontade de te encontrar / O motivo eu já nem sei, nem que seja só para estar, ao seu lado / Só pra ler, no seu rosto / Uma mensagem de amor” – Herbert Vianna, lembrando que às vezes é só isso que se quer.

Leia mais em MPBela.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

MPBesta 2


“A paixão puro afã / Místico clã de sereia / Castelo de areia / Ira de tubarão, ilusão / O sol brilha por si” – Djavan, à beira-mar, na maior viagem

“Viver, viver / E não fingir / Esconder no olhar / Pedir não mais / Que permitir / Jogos de azar / Fauno lunar / Sombras no porão / E um show vulgar / Todo verão...” – Biafra, compartilhando a trip com Djavan

“Quando Deus te desenhou / Ele tava namorando / Quando Deus te desenhou / Ele tava namorando / Na beira do mar / Na beira do mar, do amor” – Armandinho, tomando banho de mar, acabou confundindo Djavan com o Criador.

“Quando você chegar mais perto / Vai ver que a pulsação acelera / Quando eu tô com você / Essa magia chega e domina / O meu peito explode é pura adrenalina” – Os versos que Luan Santana fez quando viu pela primeira vez um desfibrilador

“O que parece certo / Muitas vezes é errado / A terra é redonda / Mas o mundo é quadrado” – Victor e Leo, animando a revisão de geometria num curso pré-vestibular

Para mim o teu sorriso é como as estrelas / Para mim o seu olhar tem a luz da lua / Se eu pudesse eu daria todo o universo pra te amar / Ó princesa, por favor, não vá” –Jorge e Mateus, olhando para o céu num momento de insight criativo.

Leia mais em MPBesta

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Poesia na DP

Deu no G1: Delegado do Distrito Federal relata crime em forma de poesia

A seguir, alguns trechos do relatório feito pelo delegado:

"Já era quase madrugada
Neste querido Riacho Fundo
Cidade muito amada
Que arranca elogios de todo mundo
(...)


O preso pediu desculpa
Disse que não tinha culpa
Pois só estava na garupa

Foi checada a situação
Ele é mesmo sem noção
Estava preso na domiciliar
Não conseguiu mais se explicar

A motocicleta era roubada
A sua boa fé era furada 
(...)


De lutar pela Paz ou contra qualquer covardia
Assim seguimos em mais um plantão
Esperando a próxima situação
De terno, distintivo, pistola e caneta na mão
No cumprimento da fé de nossa missão


Riacho Fundo, 26 de Julho de 2011

Del Reinaldo Lobo
63.904-4"

Senado Paper Mate

Se você entendeu o título, além de boa memória, tem a dádiva de ter vivido a adolescência nos anos 80. Para os mais recentes no planeta, Paper Mate é o nome de uma caneta que virou moda porque, veja você, trazia consigo a ‘moderna’ tecnologia de apagar aquilo que, até então, era inapagável: o texto escrito com caneta. Ao que interessa: 27 senadores assinaram o requerimento para a criação da CPI da Corrupção, mas dois já "retiraram" a assinatura. Um deles, da Bahia, disse que a CPI poderia "paralisar" o Congresso. Vamos combinar: com o nome genérico que deram à CPI, de fato, os trabalhos iriam ocupar muito tempo dos parlamentares, já tão cheios de afazeres e contatos no Ministério dos Transportes.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

ô, louco, meu!

Receber a notícia de que suas férias foram adiadas, tomar cerveja quente e ser acordado por uma atendente de telemarketing no sábado pós-balada. Nada disso ameaça seu lugar no pódio. Em questão de desprazer, ela é insuperável. A segunda-feira é uma espécie de Domingão de Faustão fora de época.