Um verso no verso, um reverso
Um inverso reverso de um quadro
O universo de cara para a parede
Vai morrer de fome e de sede, vai penar
Vai sumir, vai apagar sem um olhar
Encostado na parede fria vai esquecer o que dizia...
Por tristeza ou anônima alegria
Não terá quem leia, nem quem ria
Um castigo infantil de cara voltada para a parede
Divisão atada não diz mais nada
Não sabe ao certo o que fez
Desde o começo é pura insensatez
O verso revirado está virado
É o finito do poema esquecido
De um caso não acabado
Não tem mais sonho, nem olhar amigo
Sua voz perdeu abrigo...
Agora que ninguém o lê, chegamos ao fim
De castigo, condenado a viver assim
Saiba, reverso inverso, é você o verso que há em mim.
Bice
Nenhum comentário:
Postar um comentário