“Milagre do amor. Amava Lêda,
mas não ousava sequer pensar em beijá-la . Beijo não era bom assim feito
diziam. Amando em silêncio. Às vezes se declarava:
-
Lêda, eu gosto muito da sua letra.
-
Lêda, eu gosto muito do seu estojo.
-
Lêda, eu gosto muito.
De noite, dormia abraçado com ela, era bem melhor. Lêda
cariciosa, Lêda travesseiro. Iniciava-se naquilo que iria ser, vida afora, o
motivo de suas horas mais alegres e mais miseráveis: imaginava tudo – passeios,
conversas, piqueniques, banho de
piscina”.
Do livro 'O encontro marcado', de Fernando Sabino.
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